Tuesday, December 18, 2007

Sobra tanta falta


Presente de Aline. Como sempre, sem você sobra tanta falta!
C. Trevisan
*no embalo de George Michael - Amazing

Monday, December 10, 2007

Alicerces



Agora, mais do que nunca pude perceber o quanto a vida é feita de momentos. De repente, você toma um rumo que quando você menos espera você está ali, parado, extasiado, sem condições de perceber o quão bom está sendo o que você está vivendo.
Eu não quero analisar tudo hoje, muito menos tentar descobrir o que vai acontecer amanhã, porque seja lá o que for, será preciso construir.

Começa com uma idéia, vai pro papel e vira um desenho. É sempre assim. Do papel ganha vida, sai do chão e cresce. E a gente mal pode acreditar que um dia foi só uma idéia disforme, quase abstrata.

E como toda construção, antes de qualquer coisa, vamos precisar preparar o terreno, com solidez e estabilidade pra depois montar os alicerces. Ah, os alicerces!

Ultimamente não tenho achado difícil lidar com vontades que ficam martelando na cabeça por muito tempo. Com muito custo aprendi que as coisas levam um certo tempo para acontecer. Nada vem por acaso. É clichê, parece papo de auto-ajuda, mas é a mais pura verdade. Não que eu não tenha desperdiçado alguns minutos de sono pensando nas aflições ou mesmo me perdendo por alguns momentos quando algo sai do controle, mas tenho feito questão de me lembrar que quanto mais a gente complica mais complicado fica. Os alicerces.

É tudo tão simples. É gostoso pensar que com certeza estamos sempre construindo alguma coisa. E que sempre fica o que é bom. O que é sólido. O que tem perfeita estrutura impecável.

E ninguém disse que ia ser fácil, ninguém disse que ia ser rápido, ninguém disse que você quer, ninguém disse q eu quero, mas de repente, sei lá deu uma vontade de começar a tirar da cabeça e começar a construir.

Warley Vieira

* no embalo de 5:19 - Matt Wertz

Sunday, December 09, 2007

Errados no caminho certo




















Ah como eram doces aqueles dias...Trazem sempre um gosto inebriante de ânsia por repetição; ou o famoso 'gostinho de quero mais'. Pode ser que eu diga que não me restam recordações boas, mas isso é apenas por não te ter mais por perto; é o que chamam de 'da boca pra fora'. Meu singelo coração se desfaz em pedaços quando ouço teu nome, mas quando o falo carrego-me de ódio mesmo sem realmente querer. Procuro-te por entre rostos e faces onde quer que eu esteja, mas infelizmente nunca encontro. É rotineiro e às vezes me cansa. Lembro sempre de ti em cada momento mesmo tendo seguido em frente.
No fundo eu posso até saber que não nos encaixamos mais feito enzima e substrato, feito tampa e panela, ou azeitona e empada, mas também lá no fundo sei que esse sentimento que eu sinto é pra sempre. É incompreensível para qualquer pessoa que acompanhe de fora, ou até mesmo você que vê agora, bem de longe, mas pra mim nunca é estranho porque é verdadeiro.
Do lado esquerdo da cama pode não ser mais você, na lista de chamadas recentes pode não ter mais seu nome e até mesmo nas minhas desculpas você já não esteja mais como motivo principal, porém na minha história você jamais será coadjuvante, mesmo não estando temporariamente no papel principal. Se é assim, cada um para um lado, incluindo esporádicas intersecções ou não, só o destino dirá. O que importa é que estou sempre aqui por ti; e não me envergonho disto [mesmo-sempre-quase que cotidianamente afirme o contrário].

Friday, November 16, 2007

Eu vou também!




É, talvez nós realmente precisássemos de um canto, nem precisa ser grande. Dois puffs - tá, me contento com travesseiros –, dois copos, aquela garrafa com escrito azul que vive lançando edições especiais, aquele CD da menina-moça que pintou o cabelo de rosa e tem uma voz incrível, alguns acepipes só pra ilustrar, uma luz baixa, pode ser aquele abajur que você ganhou de amigo secreto - daquela menina do trabalho que você nunca lembrava o nome - e nunca usou. Muito gelo e muita história pra contar.

Esse acontecimento deveria – impreterivelmente- ser agendado por uns três anos seguidos, para não ter perigo de ficar só no campo dos devaneios. Pára né! Não custa nada já deixar marcado na agenda. Pertinho do natal sempre foi e vai continuar sendo uma boa época para os balanços de fim-de-ano. As pessoas ficam mais alegres, mais amáveis - eu, no caso, mais depressivo-, até mais compreensíveis, já percebeu isso? Sem contar que quando bater o desespero “o que eu prometi e não cumpri” eu até deixo você chorar, mas óh, só por alguns minutos, se não conseguiu fazer o que você tinha prometido na virada, você ainda terá alguns dias pra reverter isso, ou então, só lamento!

Esse fim-de-ano vou ser sucinto nas palavras, não vou ter muita coisa pra contar.
Como conseguimos manter um canal de comunicação até que estável durante esses 365 dias, não teremos tantas novidades e conflitos assim. Vou estender o convite pra mais uma pessoa. Você também concorda né? Ok, Obrigado!

Ah, pensa bem, vamos ter muito mais histórias pra contar e pra ouvir, se ele não gostar da menina-moça da voz incrível a gente tortura ele, até ele passar a gostar. Ele pode levar uma garrafa de Orloff Gas pra gente dar uns shots entre os copos da "de sempre" e as conversas. As risadas serão garantidas; sem contar que três sempre foi um número bom.
Ok, ta decidido.
Dessa vez eu vou deixar a data por sua conta, quero ver se você aprendeu a ser menos enrolada esse ano.
Você tem até o fim do mês pra marcar isso.
Tenho dito!

Adoro esse meu lado democrático.



Warley Vieira

Monday, November 12, 2007

A lot like love


Não tem como postar essas palavras lindas que você me mandou sem antes agradecer e fazer uma ilustração especial.




Os flamingos são aves migradoras, voam até ao norte de África, quando os dias arrefecem no sul da Europa, para voltarem na Primavera seguinte. Para poder observar estes animais, nunca deve aproximar-se muito, já que ao mínimo ruído começarão a correr, para ganhar velocidade, voando depois para zonas onde se sintam seguras.

Os flamingos são animais filtradores que vivem próximos a água de onde provém sua dieta, composta principalmente de vegetação e invertebrados aquáticos. Em grande parte desses invertebrados está presente uma substância chamada cataxantina que confere ao animal a coloração rosada. Na falta dessa substância as penas tornam-se esbranquiçadas. Essa cataxantina é como o amor, você continua vivendo sem ela, mas talvez com um pouco menos de brilho, mas não inferior ou menos feliz do que os outros.

Aline, Defino você assim, como o mais belo dos flamingos.Você sabe dosar e cuidar desse amor que enche meu peito de alegria. Sabe a hora certa de voar comigo para bem longe quando estou triste, sabe me acolher como uma mãe flamingo coruja, sabe me encher de cataxantina, só pra me ver mais alegre e confiante.

Os ventos nos levaram para rumos diferentes e agora, as estações do ano quase não se encontram mais. Mas isso nunca foi e nunca será um grande problema. Que continuemos voando em busca de novos ares, que continuemos enchendo essa vida com muita cataxantina. Cuide de seu flamingo igual você cuida de mim, assim, um dia, voaremos todos juntos atrás da mais linda das Primaveras.

Warley Vieira

A Lot Like Love

um pouco de mim por Aline

Eu lembro sempre de você, sabe? Nas horas em que tudo parece estar caminhando normalmente, e principalmente nas horas em que parece que estou andando em círculos, caminhando depressa a caminho de lugar nenhum.
Mas ontem lembrei muito de você. De como eu realmente AMO você. De como eu sou mais feliz quando tenho você. E cheguei a uma conclusão. Preciso de um amor assim como você.

De um homem que seja lindo. Lindo mesmo, por fora, beleza exterior. Que respire desejo e transpire sensualidade. Que tenha um olhar capaz de dizer tudo que não se pode falar. Que tenha lábios macios numa boca que inspira um beijo grande. Que tenha um rosto anguloso, traços nada óbvios, sorriso de afeto e sacanagem. Que tenha mãos grandes, dedos arredondados, cujo toque seja algo no limite quase imperceptível entre a ternura e o tesão.

Alguém que me escute como se eu fosse a única voz que ele pudesse ouvir no mundo inteiro. Que me escute com a mesma atenção numa divertida noite de quinta, ou numa tarde cinza em um domingo de fim. E que além de me escutar, fale comigo, que se sinta livre pra me contar suas conquistas se gabando mesmo pra me arrancar elogios fáceis, e me conte suas fraquezas na certeza de que, mesmo que eu não possa fazer nada, vai lhe fazer bem que eu escute. E que meus conselhos bobos são carregados de coisas que eu mesma gostaria de ter coragem de realizar. E que saiba falar sem me magoar que as pontas dos meus cabelos precisam desesperadamente de um corte, e que qualquer mulher que se preze deve fazer as unhas com freqüência religiosa.

Alguém cujo abraço me faça sentir um conforto enorme. Abraço capaz de levar, por uma fração de segundos, todos meus problemas para bem longe. E que me ajude mesmo a solucionar esses problemas, me dizendo as coisas que eu não quero ouvir, na hora que preciso ouvir. E que fale: “Eu não falei!?!” e eu não fique com muita raiva.

Alguém que tenha o corpo sempre ao contrário a temperatura ambiente, quentinho pra se dormir abraçado em dias de frio, fresquinho pra se abraçar dormindo em dias de calor.

Que tenha um cheiro bom. Não só o perfume, mas o cheiro da pele seja bom. E depois que vai embora o cheiro dele fique grudado em mim, para que, nem mesmo se eu quisesse, seria capaz de esquecê-lo nem por um segundo.
Que goste das mesmas músicas que eu, dos mesmos filmes que eu, e que seja bem sincero em reconhecer que às vezes temos um gosto bem cafona, como se vivêssemos apaixonados.
E que realmente vivêssemos apaixonados, porque amor sem paixão é carvão sem fogo.
Ah, e um detalhe. O mais importante de todos os detalhes: Ele NÃO PODE SER VOCÊ...

*Ao som de Dashboard confessional - Stolen



Sunday, November 11, 2007

Bright Lights

Certa vez, deixaram na minha porta uma caixa com fitas largas e laço bem feito, aquelas que a gente vê e deseja ter alguém especial pelo menos por um dia para presentear. Junto à caixa havia um bilhete que dizia: “O mais valioso presente deve ter apreço. Você deverá ouvir, aconselhar, inspirar e ensinar que os raios de luz são importantes. Você vai saber o final de tudo, mas até que ele chegue, várias coisas acontecerão e caberá a ela decidir em qual céu ela brilhará”.

Desde então eu observava e cuidava dessa estrela de perto. De fato, era parte presente na minha vida. Com ela, aprendi sobre as chuvas aos domingos, estrelas cadentes, cafuné, cafofo, abraços doces e, certa vez, com um simples feixe de luz ela colheu minhas lágrimas e me ensinou sobre a inércia. Andou ao meu lado por um bom tempo, mesmo distante estava presente. Com ela, o ambiente era sempre completo, enchia os olhos de todos que a encontravam. Linda, amiga, boa conselheira, inteligente e fiel sempre foram suas principais virtudes.

O tempo passou e a luz frágil escolheu um céu para brilhar. O misterioso escolhido prometeu-lhe toda a felicidade do mundo. Prometeu cuidar, amar, respeitar e fazer com que todo dia fosse o primeiro a ser vivido. Prometeu também, sempre recarregar os feixes de luz com palavras doces para que ela nunca se apagasse.

Minha parte foi feita e tudo foi seguido à risca da forma que dizia o bilhete, mas infelizmente não era meu direito decidir seu céu, por isso, o que me restou foram encontros escusos para ouvir lamentações de um céu escuro, desejos proibidos, destino incerto, lágrimas vermelhas e inércia - aquela que ela me ensinou a vencer.

Aos poucos, essa estrela foi se perdendo em caminhos que eu não podia mudar, e cada vez que uma lágrima era engolida e cada feixe de luz era guardado, uma parte de mim se penalizava por ser tão impotente nesta situação; mais do que isso, o que me rasga, é ter plena consciência de que acompanhei cada feixe de luz esmaecer no silêncio dos dias sem poder fazer nada e só poder esperar que tudo se resolva da melhor forma possível, resguardando meus ombros caso a inércia se canse de secar as lágrimas e deixe que elas voltem a cair novamente na minha frente.

Pode ser que me afastar não tenha sido a melhor coisa feita nesses anos, mas se você concebeu é porque também achou que seria o melhor para mim, ou nós. Por isso, mesmo com a garganta apertada digo que tenho certeza que me cegar foi a melhor forma de me manter intacto diante de tudo; mesmo assim, continuo achando inadmissível uma luz tão forte se perder desta forma, e é com pesar que eu vejo que a mais bela luz que brilhava e encantava -mesmo sem saber- todos os céus se apagou.

No silêncio dos meus dias, ainda peço aos céus que esta luz volte a brilhar sem medo e iluminar novos caminhos do jeito que fazia antes com todos ao seu redor, mesmo que isso demore, pode ter certeza que terei forças para te ver brilhar, daquele jeito, lindo e forte.

Warley Vieira

Thursday, November 01, 2007

Vamos combinar assim...




Vamos combinar assim, você resolve sua vida, termina as coisas inacabadas, continua cultivando tudo da forma que você tem feito e coloca esse sorriso no rosto só pra mim. Em troca, sem medo, eu deixo você me conhecer de verdade, te mostro todas as minhas manias, faço cafuné quando você tiver cansado e prometo ser paciente no trânsito, mesmo com todas suas manias.

Te ensino ouvir sertanejo, tomar cozumel, falar mais besteira e comer batata frita com muito parmesão e catchup. Enquanto eu te abraço, me ensine o refrão daquelas músicas que eu quase não ouço, me dê um beijo bem vagaroso com gosto de Havanna, morda meu pescoço e me deixe dormir com o rosto todo irritado.

Ande comigo pela Paulista sem rumo, me leve pra passear no Ibirapuera, me deite no seu colo, me faça cafuné e conte como foi sua semana, mesmo eu já sabendo, mas, por favor, não me compare aos seus ex-romances, mesmo que sejam pra enaltecer alguma coisa que eu faça.

Tentarei te ver sempre que puder, mesmo que tenha que ir de bicicleta, só pra falar um oi, sentir seu cheiro no abraço, encher a boca de água com vontade de te beijar e voltar pra casa pensando em você. Mas pra isso, me faça sentir seguro, especial, confiante e com vontade de sempre querer isso mais e mais.

Isso tudo é muito simples, se for resolvido rápido, o gosto da cereja não vai amargar e tudo vai seguir gostoso, da forma que você sempre quis.


Warley Vieira

*Ao som de Feist - 1 2 3 4

Tuesday, October 30, 2007

Rise Up




Achei que tinha muito ainda para escrever, falar, contar, mas cansei.

Cansei de deixar tudo nos conformes, cansei de colocar a crase no lugar certo, cansei das duas colheres de chocolate para 1 xícara de leite, cansei da pipoca com manteiga, do meio litro de coca-cola light e os dois mentos para acompanhar o filme. Não vou mais perder noites de sono pensando nas viagens, fazendo planos. Não vou mais me molhar na chuva tentando estabelecer um canal de comunicação com você. Não vou mais me torturar pensando no que você está pensando, no momento em que eu estou pensando em você. Não vou, chega!

Quero uma aventura com gosto de cereja, daquelas bem enjoativas, que fica com o cheiro na mão. Quero uma história bem mais emocionante, diferente destas que tenho vivido. Quero sair pelado na rua pra comprar flores, correr na chuva, mas desta vez para brindar o novo encontro com os amigos. Quero acordar de madrugada no clímax do sonho com o celular gritando com mensagens e ligações perdidas. Quero viver, quero voar. Quero sair sem medo de ser feliz. Quero gritar bêbado na rua, quero pegar o copo, abrir o teto e cantar "My dream is to fly over the rainbow so high..."
Quero enfiar os dois pés na jaca, quero pegar o pé na bunda, o pé na lama, o pé-de-moleque, e me manter em pé, caminhando na direção certa, como sempre fiz e vou continuar fazendo.
Quero manter os pés no chão e a cabeça nas nuvens, voando pra onde o vento me levar, pra onde meu sonhos puderem alcançar. Sem limites, sem rédeas, sem explicações.
E eu que achei que tinha tanto pra falar percebo, agora, que já falei demais. Então, abro meus olhos e meus ouvidos para ouvir três coisas que a vida tem a me dizer: as histórias duram o tempo exato que tem pra durar. Felizes para sempre dura o tempo de um segundo. E que eu tenho muitos segundos pra viver.

Warley Vieira

Saturday, September 15, 2007

Não deixe de sentir

Ela tem esse poder, consegue trazer à memória todas as sensações que senti aquela noite. Cada nota no piano é um flash diferente que chega à cabeça e volta ao coração. Naquele dia não havia lágrimas, os sentimentos eram outros e minha única vontade era pegar o carro e correr pra te dar um abraço bem gostoso.
Agora, o piano nervoso fecha meus olhos, me abraça bem forte e sinto sua mão pequena passeando pelo cabelo, sua voz no ouvido me acalmando e as palavras doces me embalando nos desejos mais secretos. Os versos que doeram pra sair presentearam meus ouvidos como a mais pura música, me envolvendo ainda mais naquele momento mágico, que consigo reviver agora.
As oscilações da melodia se intercalam com a respiração e o mar de pensamentos bons. É incrível como, aqui dentro, os pensamentos vão e vem dessa forma. É mágico! Ficaria por um bom tempo viajando nisso, passaria horas ouvindo o som do seu coração através desta música. Posso sentir todos os desejos daqueles dias, vejo seu medo através dos dós, mis e fás; incansavelmente curtiria por horas, dias, como se nada no mundo, nem ninguém, pudesse me tirar isso. Dessa forma, cada momento materializa-se, torna-se único.
Quinze vezes foram suficientes para poder relembrar dois curtíssimos anos ao seu lado. Há quem diz que me torturo, mas longe disso, foi a forma que encontrei para lidar com meus sentimentos. Já se passaram seis meses de saudade, semanas maravilhosas, algumas experiências mal sucedidas, muitas lágrimas mal amparadas e desejos não realizados. As coisas já não machucam tanto como no primeiro dia, por isso, é bom reviver e lembrar o lado bom de tudo para conservar o que alimentamos e moldamos cuidadosamente juntos.
Já achei meu equilíbrio. Algumas coisas doem e vão doer, algumas palavras ainda vão soar muito estranhas aos meus ouvidos que se acostumaram com as doces, e o corpo vai sentir pra sempre a falta da sua mão que o afagou nos melhores e piores momentos da minha vida. Mas assim vou caminhando, talvez um pouco sem graça ou um tanto sem encaixe, mas não mais sem a vontade de viver. Com calma e muita cautela vou seguindo meu caminho longe do seu, mas com o pensamento sempre perto do seu coração. Cada vez que um pedacinho seu tentar se esconder vou fazer questão de colocar os fones, aumentar o volume, fechar meus olhos e sentir você bem perto, como agora.
Isso não é coisa de neurótico apaixonado, você sabe que não. É o mais puro amor, que não quero e não pretendo esquecer.

Warley Vieira

Tuesday, August 28, 2007

Você pode ser feliz


As palavras ainda não me encontraram totalmente, ando pensando bastante para que as coisas se transformem nestes caracteres, que após lidos me trarão a desejada sensação de desabafo, como a do almoço com o amigo, que você encontra para chorar as pitangas. Você reclama de cá, ele te sacode de lá, suspira, bate, ouve, apanha e vai levando aquele papo bom até que os dois sintam-se aliviados e cheguem em um comum acordo.

Por incrível que pareca tudo está indo de forma bem prazerosa, devagar vou descobrindo coisas novas na vida - confesso que às vezes algumas coisas parecem estranhas, mas o fim de tudo também foi estranho. Eu não estava feliz o dia em que te vi partir, mas agora, você pode até ser feliz que não vou ser o primeiro a saber. É muito cedo para sentir tudo isso e lembrarmos de como nós éramos
?

Ah, Dessa vez tudo foi diferente, minha tese foi por água abaixo, os estágios que sempre defendi (sofrimento, raiva, posse, pena e indiferença) necessariamente nesta ordem se
misturaram. Uma zona só!

Talvez a maturidade tenha modificado tudo que um dia foi óbvio e, por isso, não acho tarde para repensar muitas coisas. Então, faça tudo que você sempre quis e, mesmo que minhas coisas ainda cheirem você, você não tem mais nada para te segurar de volta, aproveite sua nova vida e não pense, faça.

Agora, mais do que você, eu quero te ver ir, porque descobri que um dia, você pode ser feliz e eu não saberei -não por agora. Mais do que nunca, aproveite seu momento, porque estou indo tirar uma gloriosa mordida do mundo inteiro!

Warley Vieira

Wednesday, August 22, 2007

Untitled

E a vida continua, com menos sentido, a única certeza é que tudo desaparece quando as lágrimas tomam conta.

Warley Vieira

Monday, August 20, 2007

That's It!



As coisas sempre são ditas lentamente, aquele desejo replicante, suave melodia subliminar, nó nas idéias e o aperto que você evita; mesmo assim lutaria, não o faria, realizá-lo seria uma das maiores dores.
Seu desejo já estava como com um post-it esperando para ser cumprido ou deixado de lado, e assim foi.
Ainda vejo em mim fragmentos de momentos bons, de um tempo intenso, muitos sonhos que ainda poderiam se realizar e uma vontade enorme de continuar, talvez por isso eu não entenda a sua decisão.
Agora,
desenhando com palavras e ouvindo o que você já havia escancarado sutilmente eu abstraio toda (ou parte) da dor.
That's it, Good Luck!

Vanessa da Mata & Ben Harper - Boa sorte, Goog Luck

Warley Vieira

Wednesday, August 08, 2007

Esse tal desapego



O novo nunca foi tão desejado como vem sendo nestes dias, minha noite foi curtíssima e mal esperou para terminar. Ás nove da madrugada o sol já estava esquentando a cama e despertando o espírito que há tempos eu tentava acordar. A soneca que costumava ser ativada no mínimo três vezes antes de levantar nem foi utilizada desta vez. Pulei da cama como quem tinha um grande encontro no fim da tarde e corri para o banho. Ainda não inventaram nada melhor que uma boa chuveirada pra espantar alguns fantasmas que insistem em te seguir.
Tudo limpo, agora é hora da faxina, som no último volume, janela aberta. Começo pelo computador; apago conversas, fotos, alguns trabalhos inúteis da faculdade, umas ilustrações que nem se fosse pra agradar, minha mãe falaria que estavam boas. Textos dos momentos de desespero, formulários, logs, cookies... Vai tudo pro lixo, o lance agora é aprender o tal do desapego.
Tô começando a gostar disso, nada como dar um limpa na vida. Opa! Olha o celular ali dando sopa, vai ser um prato cheio pra o tal desapego, e lá se vão às chamadas recebidas, as não-atendidas, as efetuadas, fotos, vídeos, lembretes... Aaaarrrggg quanta coisa! Quase me esqueço das mensagens e, como quem não quer nada resolvo dar uma olhadinha: tem mensagem que já completou aniversário, que dó! Vai demorar no mínimo mais dois anos para que outra pessoa me mande mensagens como essas e, mesmo assim, outra pessoa, outra ocasião, outras mensagens... Ah não, mensagem não! Nunca imaginei que pudesse ser tão difícil apagar uma mísera mensagem, estava tudo tão bem até agora. Se eu fosse um pouquinho mais esperto teria ido direto ao "apagar todas as mensagens", assim me poupava desse dramalhão mexicano, que querendo ou não, revive um turbilhão de coisas que estavam prestes a hibernar, e só seriam acordadas na primavera caso faltasse comida. Não tem jeito, fecho o olho e pronto, ou é agora ou nunca, e lá se foram as benditas.
Mural em ordem e os porta-retratos também, a escrivaninha um lixo só, tem papel de balinha, trident, twix, até uma tampa da fiel Vôdeckah do último esquenta. O armário está em ordem. Desde que decidi que iria ser um cara organizado, pelo menos com as roupas, minha vida ficou bem mais fácil.
Virar o colchão, alguém aí se lembra de fazer isso? Com a promessa de 2007 viro meu colchão toda semana e troco as fronhas de travesseiro dia sim, dia não. A única coisa ruim de dormir em cama de casal com quarto travesseiros é porque fica mais coisa pra lavar no fim das contas. Mas o pequeno trabalho de “jogar” tudo na máquina não paga a satisfação de ter a cama cheia, ou quase cheia. Desta vez o cesto de roupa vai ficar lotado, até umas roupas que estavam muito tempo sem usar vão junto.
Um pano no chão e o quarto já respira mais aliviado e, de certa forma eu também. Não que essa sessão de desapego vá me livrar completamente de tudo que um dia foi novo. Isso não está sendo feito para esperar algo novo ou apagar completamente tudo que passou, não por isso, só achei melhor desvincular algumas coisas para que não cutuquem algumas feridas que estão ansiosas para serem cicatrizadas.
Vou me desprender porque eu sei que elas são fáceis de serem encontradas, ainda mais quando todas as peças e os botões sempre estiveram ali, no lugar de sempre, com um toque tudo viria à tona.
Quero estar novo, zerado, como aquele computador que você acabou de comprar na loja, sem vícios, sem spywares, para quem sabe um dia instalarem um programa que comece a rodar novamente tudo que um dia foi bom, e para que um novo ciclo gostoso e torturante comece novamente.

Warley Vieira

Thursday, June 21, 2007

Belle Époque

Diferente de seus contemporâneos Manet, Degas, Claude Monet, Renoir, entre outros, Loutrec utilizou a noite parisiense como fonte de sua inspiração; ele percorreu os submundos de Paris figurando a realidade da vida boêmia em seus quadros, cenas de bordel bem provocativas, figura de mulheres da noite, entre elas as artistas de cabaré, contrariando o que construíram parte da identidade atribuída a Paris.

Os traços de Loutrec são divinos (!) assemelham-se muito a caricaturas encontradas tipicamente nos jornais da época, e a tinta utilizada parece ser absorvida pelo papel de uma forma que parece ter sido pintada com hidrocor e giz de cera; e as pinceladas impressionistas contrastadas com as fontes cunhadas pela litografia, amazing!.

“Louis Pascal”, um dos meus preferidos, foi pintado por Loutrec de costas, dizem as boas línguas que marcou o início do conceito de pose. Qeria ele figurar o conceito de pose explanado por Roland Barthes em O Óbvio e o Obtuso, fazendo a pose -antes intencional- passar agora por figuração do acaso?

Apesar de encantador e de suas pinturas fugirem dos outros conceitos impressionistas, expondo claramente a vida noturna de Paris com toda sua luxúria, boêmios, prostitutas, dançarinas e frequentadores da mais alta classe parisiense (Ui!), a exposição deixa muito a desejar; no mínimo deveria trazer seu primeiro cartaz (affiche), que desenhou para anunciar a abertura do Moulin Rouge, ia ser o máximo! Além disso, achei a exposição pobre, não valorizou o artista, que tem tantas curiosidades a serem ditas, mas não havia nenhuma informação sobre ele, sobre sua vida, não recebi nenhum folheto, encarte, nada! Tive que me contentar com uma pequena descrição dos quadros. Quem chega ali para ver, mal fica sabendo do que tratam suas pinturas e o que ele quer representar. Um desperdício.

Vocês foram ao MASP recentemente? Ele está realmente precisando de uma reforma! Sem contar a exposição de Darwim. O que é aquilo? Báh! Vergonhoso!

Warley Vieira

Wednesday, June 20, 2007

Balanço

Cumbica , 30 decolagens estavam atrasadas.
Congonhas, 15 aterrissagens e sete decolagens estavam com atraso.

Vou sair de congonhas e fazer conexão em brasília.
Isso é bom ou ruim?! Acho que péssimo!
Ninguém merece poltrona de aeroporto!

E sabe o que me irrita? Todo mundo tá conformado com isso, até eu!

tsc tsc tsc.

Welcome to Brazil!
Mereço!

Tuesday, June 05, 2007

Devaneios, Desejos

Que inventem a cura para essa dor
Que retirem sem dó tudo o que está preso.
Que invetem algo novo, que me faça sair daqui.
Que a vontade de largar tudo seja passageira.
Que todos esses dias de saudade diminuam.
Que o medo que me assola seja sanado com sua presença.
Que o amor que eu sinto nunca seja substituído ou apagado.
Que você continue sempre por perto, mesmo distante.
Que todos os desejos se tornem realidade.

Warley Vieira

Sunday, April 08, 2007

Bipolar


Qual o próximo passo, a loucura?
Tudo fora de lugar, começando pelas idéias. Tenho ficado cada dia mais impaciente, displicente, relapso, bipolar. Se esses são os sinais de loucura acho que a próxima parada é a terra do nunca. Sinceramente não sei como explicar ou resolver as coisas, as emoções vão mudando com a mesma intensidade que as idéias vão surgindo.
Enlouquecedor.
A única coisa que eu queria era poder entender o que se passa, só isso já faria com que me sentisse um pouco melhor.

Warley Vieira

Saturday, March 10, 2007

Arrg!

O capuccino não tranquiliza como nas outras noites, minha cama nao se ajusta ao corpo, o que toca no dial é para ouvir com você.
Impossível dormir sozinho, já tentei de tudo.
Como eu poderia saber que junto com a tempestade das dezesseis ia chegar esse frio? Se eu fosse esperto, teria dormido antes ou preparado tudo para que eu não corresse risco algum de acordar.
A noite que custuma ser refúgio para a distância se transformou em campo de concentração, fria, vazia, silenciosa, um desassossego da dor -consigo enganá-la todos os dias antes de dormir, menos hoje.
Que nesses próximos dias inventem chuva sem frio e noite sem solidão.
Arg! Duas semanas é tempo suficiente para enlouquecer alguém.

Warley Vieira