Tuesday, August 28, 2007

Você pode ser feliz


As palavras ainda não me encontraram totalmente, ando pensando bastante para que as coisas se transformem nestes caracteres, que após lidos me trarão a desejada sensação de desabafo, como a do almoço com o amigo, que você encontra para chorar as pitangas. Você reclama de cá, ele te sacode de lá, suspira, bate, ouve, apanha e vai levando aquele papo bom até que os dois sintam-se aliviados e cheguem em um comum acordo.

Por incrível que pareca tudo está indo de forma bem prazerosa, devagar vou descobrindo coisas novas na vida - confesso que às vezes algumas coisas parecem estranhas, mas o fim de tudo também foi estranho. Eu não estava feliz o dia em que te vi partir, mas agora, você pode até ser feliz que não vou ser o primeiro a saber. É muito cedo para sentir tudo isso e lembrarmos de como nós éramos
?

Ah, Dessa vez tudo foi diferente, minha tese foi por água abaixo, os estágios que sempre defendi (sofrimento, raiva, posse, pena e indiferença) necessariamente nesta ordem se
misturaram. Uma zona só!

Talvez a maturidade tenha modificado tudo que um dia foi óbvio e, por isso, não acho tarde para repensar muitas coisas. Então, faça tudo que você sempre quis e, mesmo que minhas coisas ainda cheirem você, você não tem mais nada para te segurar de volta, aproveite sua nova vida e não pense, faça.

Agora, mais do que você, eu quero te ver ir, porque descobri que um dia, você pode ser feliz e eu não saberei -não por agora. Mais do que nunca, aproveite seu momento, porque estou indo tirar uma gloriosa mordida do mundo inteiro!

Warley Vieira

Wednesday, August 22, 2007

Untitled

E a vida continua, com menos sentido, a única certeza é que tudo desaparece quando as lágrimas tomam conta.

Warley Vieira

Monday, August 20, 2007

That's It!



As coisas sempre são ditas lentamente, aquele desejo replicante, suave melodia subliminar, nó nas idéias e o aperto que você evita; mesmo assim lutaria, não o faria, realizá-lo seria uma das maiores dores.
Seu desejo já estava como com um post-it esperando para ser cumprido ou deixado de lado, e assim foi.
Ainda vejo em mim fragmentos de momentos bons, de um tempo intenso, muitos sonhos que ainda poderiam se realizar e uma vontade enorme de continuar, talvez por isso eu não entenda a sua decisão.
Agora,
desenhando com palavras e ouvindo o que você já havia escancarado sutilmente eu abstraio toda (ou parte) da dor.
That's it, Good Luck!

Vanessa da Mata & Ben Harper - Boa sorte, Goog Luck

Warley Vieira

Wednesday, August 08, 2007

Esse tal desapego



O novo nunca foi tão desejado como vem sendo nestes dias, minha noite foi curtíssima e mal esperou para terminar. Ás nove da madrugada o sol já estava esquentando a cama e despertando o espírito que há tempos eu tentava acordar. A soneca que costumava ser ativada no mínimo três vezes antes de levantar nem foi utilizada desta vez. Pulei da cama como quem tinha um grande encontro no fim da tarde e corri para o banho. Ainda não inventaram nada melhor que uma boa chuveirada pra espantar alguns fantasmas que insistem em te seguir.
Tudo limpo, agora é hora da faxina, som no último volume, janela aberta. Começo pelo computador; apago conversas, fotos, alguns trabalhos inúteis da faculdade, umas ilustrações que nem se fosse pra agradar, minha mãe falaria que estavam boas. Textos dos momentos de desespero, formulários, logs, cookies... Vai tudo pro lixo, o lance agora é aprender o tal do desapego.
Tô começando a gostar disso, nada como dar um limpa na vida. Opa! Olha o celular ali dando sopa, vai ser um prato cheio pra o tal desapego, e lá se vão às chamadas recebidas, as não-atendidas, as efetuadas, fotos, vídeos, lembretes... Aaaarrrggg quanta coisa! Quase me esqueço das mensagens e, como quem não quer nada resolvo dar uma olhadinha: tem mensagem que já completou aniversário, que dó! Vai demorar no mínimo mais dois anos para que outra pessoa me mande mensagens como essas e, mesmo assim, outra pessoa, outra ocasião, outras mensagens... Ah não, mensagem não! Nunca imaginei que pudesse ser tão difícil apagar uma mísera mensagem, estava tudo tão bem até agora. Se eu fosse um pouquinho mais esperto teria ido direto ao "apagar todas as mensagens", assim me poupava desse dramalhão mexicano, que querendo ou não, revive um turbilhão de coisas que estavam prestes a hibernar, e só seriam acordadas na primavera caso faltasse comida. Não tem jeito, fecho o olho e pronto, ou é agora ou nunca, e lá se foram as benditas.
Mural em ordem e os porta-retratos também, a escrivaninha um lixo só, tem papel de balinha, trident, twix, até uma tampa da fiel Vôdeckah do último esquenta. O armário está em ordem. Desde que decidi que iria ser um cara organizado, pelo menos com as roupas, minha vida ficou bem mais fácil.
Virar o colchão, alguém aí se lembra de fazer isso? Com a promessa de 2007 viro meu colchão toda semana e troco as fronhas de travesseiro dia sim, dia não. A única coisa ruim de dormir em cama de casal com quarto travesseiros é porque fica mais coisa pra lavar no fim das contas. Mas o pequeno trabalho de “jogar” tudo na máquina não paga a satisfação de ter a cama cheia, ou quase cheia. Desta vez o cesto de roupa vai ficar lotado, até umas roupas que estavam muito tempo sem usar vão junto.
Um pano no chão e o quarto já respira mais aliviado e, de certa forma eu também. Não que essa sessão de desapego vá me livrar completamente de tudo que um dia foi novo. Isso não está sendo feito para esperar algo novo ou apagar completamente tudo que passou, não por isso, só achei melhor desvincular algumas coisas para que não cutuquem algumas feridas que estão ansiosas para serem cicatrizadas.
Vou me desprender porque eu sei que elas são fáceis de serem encontradas, ainda mais quando todas as peças e os botões sempre estiveram ali, no lugar de sempre, com um toque tudo viria à tona.
Quero estar novo, zerado, como aquele computador que você acabou de comprar na loja, sem vícios, sem spywares, para quem sabe um dia instalarem um programa que comece a rodar novamente tudo que um dia foi bom, e para que um novo ciclo gostoso e torturante comece novamente.

Warley Vieira