Diferente de seus contemporâneos Manet, Degas, Claude Monet, Renoir, entre outros, Loutrec utilizou a noite parisiense como fonte de sua inspiração; ele percorreu os submundos de Paris figurando a realidade da vida boêmia em seus quadros, cenas de bordel bem provocativas, figura de mulheres da noite, entre elas as artistas de cabaré, contrariando o que construíram parte da identidade atribuída a Paris.
Os traços de Loutrec são divinos (!) assemelham-se muito a caricaturas encontradas tipicamente nos jornais da época, e a tinta utilizada parece ser absorvida pelo papel de uma forma que parece ter sido pintada com hidrocor e giz de cera; e as pinceladas impressionistas contrastadas com as fontes cunhadas pela litografia, amazing!.
“Louis Pascal”, um dos meus preferidos, foi pintado por Loutrec de costas, dizem as boas línguas que marcou o início do conceito de pose. Qeria ele figurar o conceito de pose explanado por Roland Barthes em O Óbvio e o Obtuso, fazendo a pose -antes intencional- passar agora por figuração do acaso?
Apesar de encantador e de suas pinturas fugirem dos outros conceitos impressionistas, expondo claramente a vida noturna de Paris com toda sua luxúria, boêmios, prostitutas, dançarinas e frequentadores da mais alta classe parisiense (Ui!), a exposição deixa muito a desejar; no mínimo deveria trazer seu primeiro cartaz (affiche), que desenhou para anunciar a abertura do Moulin Rouge, ia ser o máximo! Além disso, achei a exposição pobre, não valorizou o artista, que tem tantas curiosidades a serem ditas, mas não havia nenhuma informação sobre ele, sobre sua vida, não recebi nenhum folheto, encarte, nada! Tive que me contentar com uma pequena descrição dos quadros. Quem chega ali para ver, mal fica sabendo do que tratam suas pinturas e o que ele quer representar. Um desperdício.
Vocês foram ao MASP recentemente? Ele está realmente precisando de uma reforma! Sem contar a exposição de Darwim. O que é aquilo? Báh! Vergonhoso!
Warley Vieira
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